Nesse post temos a segunda parte sobre a aula de história da química, tendo como tema a civilização egípcia. Então, vamos falar sobre Papiro, Cerveja e Cosméticos, a seguir temos o vídeo e uma descrição escrita sobre o que encontramos no vídeo.
Essa parte escrita é uma forma de script que uso para montar as aulas, sendo que, eles tem um grande resumo, para que eu vá lendo e falando durante o vídeo, sendo que, muitas partes eu acabo cortando na edição, já que, na realidade os vídeos ficam bem longos. Mesmo passando pela edição, ainda não consigo resumir a informação num todo, ou seja, os vídeos ficam num padrão que o youtube não gosta, pois são vídeos longos, uma vez que para o algoritmo do site, quanto mais longo o vídeo, mais estafante ele deve ser e, com isso, menos acessos ele vai ter e, se tem poucos acessos, não compensa mante-lo em evidência. Porém ao meu ver, a informação é mais importante, então, meus vídeos, pelo falto de serem aulas, eles vão sempre ter mais do que 20 minutos.
Vale ressaltar que o script, ou seja, o resumo que você vai usar durante o vídeo, fica muito interessante se ocupar uma página, ou seja, quando eu estava falando sobre o Papiro, eu tentei resumir tudo sobre o tema em uma única página A4 ou do editor de texto aberto no computador. Isso garante que você não se perde durante a gravação de um vídeo ou durante uma aula. Como é um resumo, esse não vai ter toda a informação que você irá passar, mas sim, uma sequência de lembretes para que o professor mantenha uma sequência lógica.
Eis o vídeo da segunda parte:
Eis o resumo:
Papiro (Cyperus Papyrus)
Foi por volta de 2500 a.C. que os egípcios
desenvolveram a técnica de fabricar folhas de papiro, considerado o precursor
do papel. Para confeccionar o papiro, corta-se o miolo esbranquiçado e poroso
do talo em finas lâminas. Depois de secas, estas lâminas são mergulhadas em água
com vinagre para ali permanecerem por seis dias, com propósito de eliminar o
açúcar.
No talo do papiro existe açúcar, então se adicionando o
mesmo em uma solução de vinagre contendo acetobactérias
elas fermentam esse açúcar produzindo álcool. No meio reacional então ainda
sobra ácido acético e álcool e, se tem o início do processo organossolve.
Processo organossolve - Envolve reação com um álcool
(metanol, isobutanol, ciclo hexanol ou álcool benzílico) e ácido acético. Os
álcoois combinam com a lignina na presença de ácidos minerais formando a
lignina alcoólica, solúvel, com rendimento de 30%.
Outra vez secas, as lâminas são ajeitadas em fileiras
horizontais e verticais, sobrepostas umas às outras. A sequência do processo exige que as lâminas sejam
colocadas entre dois pedaços de tecido de algodão, sendo então mantidas e
prensadas por seis dias. E é com o peso da prensa que as finas lâminas se
misturam homogeneamente para formar o papel amarelado, pronto para ser usado.
O papiro pronto era, então, enrolado a uma vareta de
madeira ou marfim para criar o rolo que seria usado na escrita. A lignina é uma macromolécula amorfa encontrada nas plantas terrestres, associada à celulose na parede celular cuja função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais.
Cerveja
A cerveja, assim como chás, o hidromel e o vinho,
possuem grande importância na sobrevivência dos humanos, sendo que, as
civilizações onde havia o costume de se tomar essas bebidas conseguiram
florescer.
Isso se dá pois no processo de produção desses
compostos, muitas vezes, se tem a necessidade de fervura da água, filtragem e
alteração do pH da mesma, ou seja, ocorrem processos químicos e físicos, que
acabam matando microrganismos patogênicos. Logo, a civilização que consumia
bebidas que se tinha a necessidade de produzi-las, tiveram menos casos de
cólera, que era uma das doenças que mais matava na época. Os surtos de cólera
se davam pois as pessoas despejavam seus resíduos nos mesmos rios e lagos de
onde tiravam sua água para consumo próprio, logo, doenças estomacais eram comuns
e fatais.
Então, tomar cerveja, era um ato que todos faziam no
Egito, fosse adulto, criança, faraó, ancião... todos bebiam. Obviamente o sabor
e o fato do álcool causar o relaxamento eram os fatos pelo qual as pessoas
tomavam, mas também, ao longo do tempo, as pessoas perceberam que, beber água
do rio fazia mais mal do que a cerveja. Eles até então não sabiam que existiam
microrganismos perigosos na água do rio, mas conseguiam correlacionar o fato da
água pura do rio causar doenças.
A cerveja já estava presente à mesa dos egípcios a
mais de 5000 anos, sendo tão importante que era considerada um excelente
presente para o faraó. A cerveja provavelmente foi uma consequência da produção
do pão, uma vez que, o fermento usado no pão era usado na cerveja e a matéria
prima era a mesma, ou seja, o trigo. Por algum descuido e por muita sorte,
provavelmente algum pote de barro ficou alguns fechado com água, fermento e
trigo, o que proporcionou a fermentação dos açucares que existem no trigo.
Uma fermentação se baseia na quebra de um açúcar para
a produção de álcool e gás carbônico. Essa quebra é desenvolvida por bactérias
anaeróbias, ou seja, que não suportam oxigênio e por isso precisam de um
ambiente controlado. Por isso se acredita que a cerveja tenha sido um resíduo
da produção de pão, onde pode ter entrado água por descuido dentro de um pão
que estava em descanso e, obviamente, o mesmo foi esquecido fechado por alguns
dias.
Outra característica importante da cerveja é que o
mestre cervejeiro era um especialista que além de produzir a bebida real, ele
era responsável por fazer a cerveja para os mortos, ou seja, a cerveja era tão
apreciada que os egípcios queriam leva-la para o mundo dos mortos também. Essa
importância era tão grande que o mestre cervejeiro tem um hieróglifo especial
só para ele.
Cosméticos
Os egípcios se mostraram preocupados com a aparência e
tratamentos de pele já a uns 2500 anos antes de Cristo. Uma das funções é que a
população tinha muitos problemas com pestes, o que assolava a aparência
daqueles que ficavam doentes. Uma peste muito comum eram os piolhos e, por esse
fato acabavam raspando a cabeça e usando perucas, então era comum os nobres usarem
perucas dos cabelos de cervos. Para demonstrarem algum diferencial físico e
dessa forma, mostrarem que tinham alguma importância na sociedade, além de
adornos metálicos, eles usavam pigmentos para pintarem a pele.
As principais cores que eles usavam eram branco,
vermelho, azul, verde e preto, sendo que essas cores eram extraídas
principalmente de minerais, como por exemplo o azul, que era extraído do Lapis Lazuli (Feldspato - (Na,Ca)8(AlSiO4)6(S,SO4,Cl)1-2), o verde da malaquita (minério de cobre), o preto da
galena (minério de chumbo). Obviamente a galena é tóxica, pois o chumbo leva a uma
doença chamada saturnismo, onde afeta o desenvolvimento físico e mental.
Porém, obviamente, foi observado que as tintas usadas
para pintar a pele, traziam benefícios, dessa forma, eles começaram a acreditar
que era por causa de alguma mística ligada aos deuses, sendo que Osiris, um dos
deuses mais importantes, era representado com a pele verde, ou seja, estaria
coberto por pigmento de malaquita. Essa tinta ajudava a hidratar a pele, uma
vez que por ser aplicada em forma de uma pasta, ajudava a segurar um pouco de
água por mais tempo na pele, uma vez que o ambiente onde se encontra o Egito é
equatorial e, dessa forma, muito quente. Outro fato para o uso contínuo dessas
tintas é que como se encontravam muitos silicatos nas mesmas, ao passa-las,
ocorria a esfoliação da pele, o que ajudava a remover pele morte e ao mesmo
tempo hidrata-la.
Além de tudo isso, os egípcios também já sabiam
produzir um composto que usamos até hoje para limpeza. O sabão era feito a
partir de gordura animal, cinzas e água. A gordura animal era rica em proteínas
e as cinzas de carvão ajudavam a elevar a basicidade do meio, o que culminava
na produção de um composto pastoso, o qual muitas vezes eram adicionados os
pigmentos gerados com os minerais (malaquita, lapis lazuli e galena). Conforme
a cor do sabão produzido ele podia ter um uso específico segundo as crenças
deles.
O sabão ele surge de uma reação conhecida como
saponificação, onde se tem a hidrólise de lipídios (um éster de ácido graxo),
com o uso de uma base forte sob aquecimento, gerando, um álcool (glicerol) e um
ácido graxo, ou seja, o sabão.
O sabão é uma boa forma de reciclar óleo de cozinha, o
que evita desse composto ser despejado no esgoto ou em corpos d’água, que podem
poluir milhares de litros de água.
Uma fórmula de sabão caseiro é a seguinte:
1L de óleo de cozinho usado em frituras (filtrado sem
resíduos sólidos).
400 mL de água limpa.
120 g de soda cáustica (Hidróxido de Sódio).
100 ml de vinagre (Ácido Acético)
Inicialmente adiciona-se a água e o óleo em um
recipiente, pode ser uma garrafa PET, em seguida, com muito cuidado se adiciona
escamas de Hidróxido de Sódio, que deve ser adicionado lentamente, uma vez que
a reação de saponificação é exotérmica e com a adição da energia cinética do ato
de derrubar a soda na mistura contendo água e óleo, pode ocorrer um aquecimento
brusco e a solução espirrar com força para fora ou pode acontecer de derreter o
plástico. A soda é extremamente corrosiva e causa queimaduras, por isso deve
ser usado jaleco e luvas no manuseio. Também é indicado proteger o nariz com um
pano e os olhos com óculos de acrílico. Outra característica é que a mesma é
Higroscópica, ou seja, absorve água e começa a ficar hidratada (começa a ficar
meio melada).
Depois de adicionados os compostos, então, deve-se
mexer o sistema suavemente, afim de ajudar a misturar melhor os compostos. Após
isso deixe o recipiente parado e quando estiver endurecido, isso pode levar
mais de um dia em alguns casos, desenforme o sabão. Se usar uma garrafa PET,
você poderá fatiar a garrafa, o que é muito prático.
Após isso, pode-se usar um pouco de vinagre se restar
algum composto líquido, afim de provocar uma reação de neutralização, caso essa
possível solução restante esteja muito básica.