Vale ressaltar que esse é um procedimento básico de tratamento de resíduos químicos, sendo que, existem outros processos para o tratamento de outros compostos. Nesse caso, temos o tratamento de Sulfato de Cobre dissolvido em uma solução aquosa básica, com outros sais e Fenolftaleína, o que torna-se simples o processo de remoção para descarte do Hidróxido de Cobre (composto precipitado no final). Dependendo do composto que possa se encontrar no meio, existe a necessidade de se adicionar carbonatos para forçar um precipitação mais brusca e depois fazer uma filtragem com pH baixo, para evitar que compostos que poderiam ser solúveis na presença de hidróxido, passem livre na fase aquosa pelo filtro e, assim, contaminem o meio ambiente.
O laboratório de química é um ambiente rodeado de material tóxico, sendo que existe grande necessidade de se proteger com o uso de alguns equipamentos, tendo finalidade, evitar o contato da pele, dos olhos e de um aspirar acidental de algum composto.
Entretanto, além de proteger o químico, também existe o fato de que, o material gerado após uma pesquisa, ou seja, o resíduo, tem que ser eliminado de maneira correta. Em geral, nas faculdades, existem laboratórios especializados para fazer o tratamento de material que será descartado. Obviamente, esse material tem que ser armazenado de forma correta e então encaminhado para a unidade que faz o tratamento. Nessas unidades de gerenciamento de resíduos os químicos podem aplicar diversas técnicas para conseguir evitar ao máximo o impacto ambiental que esses compostos causam.
Contudo é bom iniciar o tratamento de forma antecipada, levando para as unidades de tratamento de resíduos somente produtos que sejam bem identificados, por isso é importante sempre marcar nos galões de coleta aquosa quais compostos se encontram misturados naquele meio.
Nesse vídeo, mostro como se fazer um tratamento inicial de resíduos, filtrando a parte sólida da aquosa, que fica retida em papel de filtro. Esse material sólido pode ser incinerado ou, se estiver puro, reaproveitado e, disponibilizado para nova utilização.
O tratamento se baseia em aumentar o pH da solução, forçando assim a precipitação do composto suspenso. Dessa forma, existem duas formas para se remover a parte sólida da líquida, sendo uma a decantação e a outra a filtração. Com o aumento do pH, em geral se formam novos hidróxidos no meio (processo de deslocamento de íons), sendo que, os compostos solubilizados na solução começam a precipitar e ficar num aspecto de gel. O processo de decantação é um pouco demorado, pois, todo o composto necessita passar para o estado sólido afim de ser removido. Entretanto, com a filtração se pode ir passando diversas alíquotas da amostra pelo filtro, removendo mais rapidamente o sólido.
Existem formas diferentes de filtração, sendo que a mais comum para grande quantidades de amostra se baseia na filtração à vácuo. Nesse exemplo, eu uso a chamada filtração por gravidade, ou seja, a solução passa pelo filtro em um sistema verticalizado, tendo como ajuda somente a força da gravidade.
No fim do vídeo existe um bônus, onde mostro como ocorre o processo de decantação de uma solução rica em cobre e fenolftaleína. Esse experimento está com a filmagem acelerada, sendo que o processo todo de decantação leva em torno de uns 10 minutos. Devido a presença do indicador ácido-base fenolftaleína, mostra-se claro que a solução está básica, devido a coloração lilás da parte líquida, enquanto que a parte sólida se mantém em um verde claro.