Uma grande dúvida, que pessoas que estão iniciando nos estudos de química, é o de interpretar o que é um ácido e o que é uma base. Historicamente, determinar o que era um ácido e o que era uma base não foi um processo tão trivial, pois tanto os ácidos como as bases podem possuir comportamentos semelhantes.
Tanto um ácido quanto uma base, podem ser muito agressivos, no que se refere a qualidades corrosivas, ou ainda, na toxicidade e periculosidade, sendo que, o uso sem segurança pode trazer danos perigosos para a saúde.
Inicialmente, a grande diferença que existia para com um ácido e uma base, estava relacionado com o sabor dos mesmos, sendo que, uma substância ácida sempre tinha um sabor azedo (ácido) ou picante, enquanto que, uma base, sempre tinha um sabor adstringente (que causa o amarrar da boca).
Todavia, não é correto aspirar compostos químicos, ingerir ou mesmo entrar em contato com a pele, pois como foi dito anteriormente, existe toxicidade em ácidos e bases. Dessa forma, havia uma necessidade de se determinar uma teoria, a qual, ajudaria a determinar o que era uma base ou um ácido sem ter que experimentar soluções.
Nesse contexto, dentre de estudos avançados sobre a ionização de compostos, um químico sueco chamado Svante Arrhenius, desenvolveu uma teoria, a qual dizia que:
"Compostos que quando se encontram dissolvidos ou diluídos em água e que possibilitam a passagem de corrente elétrica, são composto que liberam íons na solução, todavia, compostos que não auxiliam na condução elétrica, quando se encontram em solução, não liberam íons no meio."
Dessa forma, surge o conceito de substâncias iônica e substâncias moleculares. Como os ácidos e as bases propiciavam um aumento na condutividade elétrica na solução, isso indicava que os mesmos liberam íons no meio, caracterizando-os como substâncias iônicas.
Svante Arrhenius definiu então que:
"Baseado no fato de que, pequenas quantidades de moléculas água se autoionização, ou seja, produzem íons H+ (Hidrônio) e íons OH- (Hidroxila) no meio, um ácido, por ser um composto que possui o H+, seria o responsável por aumentar a concentração desse íon no meio, enquanto que, uma base, por possuir em sua composição molecular o OH-, seria a espécie responsável por aumentar a concentração desse íons no meio."
Figura 1: Svante Arrhenius foi um químico sueco, que ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1903. Sua teoria auxiliou na compreensão da existência de compostos que produziam espécies com cargas, que só existem em meio aquoso. Essas compostos ganharam o nome de Substâncias Iônicas e as espécies que eram produzidas foram denominadas íons.
Assim, ficou determinado que, dentro da teoria de Svante Arrhenius para ácido e base, todo ácido seria composto por ao menos uma espécie H+, enquanto que, uma base por ao menos uma espécie OH-. Com isso, ao reagir essas espécies, há sempre a produção de moléculas de água e sal. Em outras palavras, os íons Hidrônio e Hidroxila, por serem as espécies que definem um ácido e uma base, respectivamente, ao entrarem em contato, geram água como produto principal da reação e um sal proveniente do Cátion (íon positivo proveniente da base) e do ânion (íon negativo proveniente do ácido).
Um fato interessante, e que tem que ser muito bem frisado, é que um ácido ou uma base, só vão ter seus íons representativos, se e somente se, estiverem dissolvidos ou diluídos em água, uma vez que, um íon somente existe em solução aquosa. Dessa forma, soluções superconcentradas de "ácidos" ou de "bases", os quais não se encontram em solução aquosa, mas sim no estado líquido, não possuem íons no meio, o que, dessa forma, não os caracterizam como espécie ácida ou espécie básica. Por esse fato, quando se abre um frasco de ácido e, verte seu conteúdo sobre alguma outra substância, dá a impressão que o ácido não é tão forte, todavia, deve-se notar que o composto não está realmente liberando o íon H+ no meio, o que realmente é o íon que define um ácido.
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