Quando falamos em campo de Higgs, imaginamos algo similar a um campo magnético, mas na realidade ele é mais simular a um tecido que envolve todo o universo, interagindo com as partículas bosônicas baseado em como estão aceleradas. O campo de Higgs, dessa forma, se demonstra como um possível indicativo de como pode surgir a matéria das partículas.
Para conseguirmos entender o que é o campo de Higgs, o qual tem grande influência sobre os Bósons, é necessário compreender o que é uma simetria. Entretanto, não se caracteriza como a simetria visual dos objetos, mas sim, uma simetria de sistemas físicos.
Na natureza é comum que sistemas físicos simétricos, evoluam a outros sistemas físicos simétricos de forma espontânea, sendo algo extremamente raro quando um sistema simétrico passa a ser assimétrico espontaneamente. A ideia de sistema simétrico é probabilística, ou seja, um sistema em que existem diversos estados quânticos possíveis para uma mesma energia, o qual chamamos de estado degenerado, o que traz simetria ao sistema. Todavia, quando o sistema se torna não-degenerado, ou seja, algum estado específico para a energia determinada, não se mostra possível, então ocorre a quebra de simetria.
E é nessa relação que surge a ideia de mecanismo de Higgs, o qual adiciona um campo aplicado a todo o universo.
Como sabemos, existem diversos campos que incidem sobre a matéria, por exemplo, existe o campo eletromagnético, que é descrito pela troca de fótons entre sistemas que o experimentam. Contudo existe um campo, em que partículas que se movem na velocidade da luz não o experimentam, como ocorre com os fótons. Logo esse campo não consegue exercer resistência a eles. Por outro lado, em partículas que se movem a uma velocidade inferior à da luz, esse campo exerce sua influência e confere o aspecto da massa a essas partículas. Em outras palavras, um bóson capaz de deformar o campo, adquire massa.
Ou seja, seria como fornecer X de energia a dois projéteis, um deles pequeno, o qual cruzaria a superfície de uma rede, sem interação por estar muito rápido e conseguir passar pelos vãos da rede, enquanto o outro projétil, por ser maior, acaba se locomovendo lentamente, deformando a rede e não passando entre seus vãos.
Fisicamente, temos dois estados não-degenerados, uma vez que ocorre a quebra de simetria, já que para uma dada energia X um sistema é possível de ser detectado e outro não. Entretanto, esse processo espontâneo e sem simetria é algo raríssimo de ocorrer. Incrivelmente, em testes desenvolvidos no grande colisor de hádrons no ano de 2013, foi possível observar indícios da presença de uma Bóson que poderia ser o mediador desse campo, o qual ficou nomeado como o Bóson de Higgs, ou a partícula de Deus, pois seria a partícula que descreveria o que gera a massa.
Essa descoberta alçou o físico britânico, Peter Higgs, ao prêmio Nobel do ano de 2013.
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