domingo, 26 de janeiro de 2020

Como se preparar para estudar fora do Brasil?

Como primeira postagem de 2020, quero falar um pouco sobre como é se preparar para um intercâmbio no exterior. 

Para isso, preparei um vídeo falando sobre quais são as coisas mais básicas que um estudante tem que se preocupar caso tenha pretensão de estudar fora. E também algumas dicas em relação a viagem para aqueles que nunca se deslocaram de avião para fora do Brasil.


As dicas para o intercâmbio no exterior que apresento nesse vídeo são direcionadas principalmente para os estudantes de pós-graduação que pretendem vir estudar na Europa (em destaque a Dinamarca), entretanto, também são válidas para estudantes em geral. Imagine que você está na fase de escolher qual curso irá prestar no vestibular, é interessante já ir pensando se tem vontade de fazer algum intercâmbio na graduação, ou se prefere pensar nisso mais como parte de uma pós-graduação. Note que essas escolhas são importantes, pois elas vão direcionar decisões na sua vida, como por exemplo a obtenção da proficiência em língua estrangeira. Se você acredita que é interessante um intercâmbio na graduação, então é bom correr o quanto antes com o aprendizado de línguas estrangeiras. 

Minha dia é para que não cometam o meu erro, ou seja, demorar muito para aprender inglês. A língua inglesa em muitos casos determina se você vai ou não vai estudar fora, as vezes chega a ser mais importante até mesmo que seu projeto, pois sem ela não há como aplica-lo e se comunicar com seu orientador (advisor). E também não acredite que o projeto que você escreveu e, enviou para o pesquisador do exterior ler, será  aplicado na íntegra, na maioria das vezes ele acaba sendo alterado, pois as circunstâncias exigem. 

Vale também ressaltar que o processo para obter o visto é diferente de país para país, sendo que ema alguns lugares, caso você pretenda ficar mais do que 3 meses (que corresponde ao visto de turista), você terá a necessidade de conseguir uma permissão de residência, sendo esse processo uma pouco mais complicado por causa da quantidade de documentos que você deve reunir (mas nada impossível de obter). A dica para essa burocracia é não deixar para fazer tudo encima da hora e guardar uma reserva financeira, pois em alguns casos existe a necessidade de já chegar com um contrato de locação, o que faz com que você tenha que pagar de 1 a 3 meses de aluguel adiantado e até mesmo um cheque caução.

A última dica que dou é que toda a sua organização tem que começar um ano antes da sua viagem, melhor ainda se você iniciar o processo de proficiência mesmo sem saber se irão abrir algum edital em breve, pois muita gente perde a oportunidade de conseguir estudar fora pois não consegue obter a nota mínima do edital. Em geral a CAPES exige 527 pontos no TOEFL - ITP, mas nesse caso, o ideal é visar 560 pontos, pois é a nota "padrão" que as universidades exigem. Por isso, se a ideia é sair no início do terceiro ano, o ideal é obter a proficiência no começo do segundo ano (já que a nota da maioria das provas de proficiência tem validade de 2 anos).

Abaixo deixo uma lista de quais são os passos a serem seguido, note que alguns deles ocorrem ao mesmo tempo:
1a - Buscar referências sobre seu projeto;
1b - Ficar atento às aberturas de editais para intercâmbio;

2 - Entrar em contato com uma referência do seu trabalho no exterior para saber se poderia te receber em um possível intercâmbio (nesse caso, você pode fazer o contato desde que seu orientador no Brasil esteja de acordo, caso contrário peça para seu orientador fazer esse contato);

3a - Escrita de um projeto;
3b - Obtenção de proficiência em inglês (mesmo se a pretensão for estudar em Portugal, ainda existe necessidade de proficiência em inglês);
3c - Inscrição no edital para intercâmbio;

4a - Sendo aprovado nas fases de avaliação da instituição de fomento você deve começar a obter os documentos necessários;
4b - Fique atento aos gastos que você pode ter durante o processo de obtenção de visto ou permanência, os mesmos podem variar de R$ 700,00 reais à mais de R$ 20000,00 reais. Por isso é importante se organizar (não se preocupe, a instituição de fomento paga desde o visto até sua viagem e estadia, mas em alguns casos existe a necessidade de pagar várias coisas antes da bolsa ser depositada na sua conta); 
4c - Dentro ainda da preocupação com gastos, fique atento com os limites de seu cartão de crédito, muitas vezes você terá que recorrer a uma casa de câmbio para fazer pagamentos no exterior (nem sempre os bancos fazem depósitos em moeda estrangeira com valores convertidos acima de R$ 20000,00 reais);

5a - Uma boa estratégia para brasileiros que vão para a Europa e não confiam muito no próprio inglês, é a de entrar por Portugal, uma vez que em caso de alguma dúvida no aeroporto o português resolve a parte de comunicação. 
5aa - Se escolher seguir a dica acima: Em alguns casos as autoridades portuguesas acabam por dar mais atenção e fiscalização aos brasileiros, pois Portugal é a principal rota de entrada da gente na Europa, por isso, não escolha voos com conexões muito curtas (vale ressaltar que isso não é exclusividade de Portugal, e também não acontece só com brasileiros);
5b - Quando for montar sua mala, não leve sua casa junto, pois o peso extra acaba gerando taxas extremamente altas das empresas aéreas (principalmente as que vão para a Europa), certifique-se dos tamanhos e pesos máximos das malas que a empresa aérea permite (um bom negócio é ver se a empresa permite duas malas de 23 kg ou ao menos uma 32 kg);
5bb - Em geral você tem direito a despachar uma mala de 23 kg no porão do avião, mas pode levar junto de si uma mala de bordo de 8 kg e mais uma mochila com coisas pessoais (são coisas pessoais os documentos, computadores e outros eletrônicos, remédios e receitas, jóias, dinheiro e qualquer coisa de valor);
5c - Certifique-se de que o mais importante não esteja na mala despachada (tudo o que é de valor tem que ir na cabine com você);
5cc - Certifique-se de que tenha as receitas médicas em inglês (caso os remédios sejam barrados ou ainda caso você perca a sua mala em que eles estavam dentro, você pode apresentar a um médico no exterior);
5d - Coloque identificadores externos em sua mala (tanto para reconhecer de longe, tanto com seus dados, caso a mesma seja extraviada).