quinta-feira, 20 de outubro de 2022

O Nobel de Química de 2022: QUÍMICA CLICK!

No dia 05/10/2022, três químicos foram laureados com o prêmio Nobel, por desenvolverem a chamada Química Click. São eles: O Dinamarquês Morten Meldal, a Norte-Americana Carolyn Bertozzi e o Norte-Americano e, já vencedor do Nobel de Química de 2001, Barry Sharpless. 

Inicialmente, no ano de 2000, de forma independente, Sharpless e Meldal perceberam que moléculas de Azida e de Alcinos, quando catalisadas por espécies de Cobre, ocorria o surgimento de uma estrutura que era capaz de ligar duas pontas de moléculas diferentes, pois o alcino poderia ser saturado pelos pares de elétrons em excesso que existem na azida. Havia somente a necessidade de ligar a azida e o alcino em compostos que se deseja ligar, para que dessa forma surja uma espécie de presilha click entre essas substâncias que não iriam se ligar tão facilmente. 

Todavia, o processo se mostrava tóxico, pois usava-se de espécies de íons cobre, que fazem muito mal para os seres vivos, havendo assim a necessidade de desenvolver um processo substitutivo ao cobre. E foi isso o que Carolyn Bertozzi descobriu. Ela percebeu que, se o alcino tivesse a forma de um ciclo, ao reagir com a azida havia muita liberação de energia, o que indicava uma tendência muito forte de formação de ligação. Esse processo é conhecido como Química Bioortogonal. 

Sendo assim, unindo a Química Click com a Química Bioortogonal, surgiu uma nova forma de fazer ligações químicas, sendo essa uma forma muito criativa. Por esse motivo, os três cientistas foram laureados com o Nobel de Química. 

A neblina MORTAL de Londres vai voltar?

 Nos séculos XIX e XX, aconteceram dois momentos críticos na região de Londres, em que a poluição causou danos na população de forma muito séria. Especifica em 1858 o odor do rio Tamisa era tanto que lembrava um esgoto a céu aberto, além disso, as chuvas se mostravam bastante ácidas, devido as fumarolas de cloreto de hidrogênio (HCl gasoso), promovendo lesões nas pessoas. Com isso, em 1863, o governo considerou imprescindível que as fábricas borbulhassem os gases na água, antes de serem eliminados na atmosfera. Com isso, grande parte do cloreto de hidrogênio que iria reagir com a água da atmosfera, ou na mucosa dos seres vivos, acabava por reagir na água, dentro dos reatores nas fábricas. 

Passados quase 100 anos, em 1952, após a segunda guerra mundial, a Inglaterra começou a sua reindustrialização, sendo que precisava usar muito  carvão, sendo que, nesse caso, grande parte desse carvão era de baixa qualidade e, quando queimado, liberava muito dióxido de enxofre na atmosfera. Esse gás reagia com com o gás oxigênio da atmosfera, gerando o trióxido de enxofre. Quando o trióxido de enxofre entra em contato com a água, ele também reage e, dessa forma, gera o ácido sulfúrico. 

Com a presença de tanto trióxido de enxofre na atmosfera, o qual também era liberado pelas chaminés das casas, fazia com que a população começasse a passar mal, ter queimaduras nas mucosas e serem internados em hospitais. Em espaço muito curto de tempo, mais de 5000 pessoas foram internadas, sendo que muitas acabaram falecendo. 

Essa névoa permaneceu sobre Londres por algumas semanas, gerando o caos na cidade, sendo necessário que as pessoas usassem máscara para evitar se intoxicarem. 

Atualmente, com o clima de conflito na Europa e, com a falta de gás para aquecer as casas no inverno, muitos países estão voltando a queimar o carvão vegetal e mineral novamente, o que volta a liberar gases como o dióxido e o trióxido de enxofre na atmosfera. Como Londres é uma cidade extremamente húmida e que possui nevoeiro e neblina constantemente nos meses mais frios, a chance de ocorrer novamente uma acidificação da água atmosférica é bastante grande.

A história mostra o que não se deve fazer, ela serve de um alerta eterno, uma espécie de guardião, entretanto, a mesma nem sempre é levada a sério. No fim, as pessoas voltam a sofrer com problemas do passado, pois não souberem interpretar os alertas naturais.

O Cientista MAU que SALVOU a humanidade!

Na história da Ciência, muitas vezes o desenvolvimento de uma nova tecnologia acontece em tempos de conflito, ou para o desenvolvimento de artefatos que podem ser utilizados em conflitos.

Basicamente, a vida de Alfred Nobel e Fritz Haber tem relação com a criação de artefatos que impactaram muito o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da sociedade. A grande diferença é que Alfred Nobel era um pacifista, mas criou a dinamite, enquanto que Fritz Haber não tinha nada de pacifista, mas criou o processo que auxilia no desenvolvimento de fertilizantes utilizando gases da atmosfera.

Alfred Nobel percebeu que sua criação poderia ser usada para a destruição, o que lhe trouxe um grande remorso quando seu próprio irmão foi vítima em um teste com dinamite. Embasado nesse remorso o cientista sueco pede para que sua fortuna seja utilizada para premiar todos aqueles que contribuam grandemente com a Ciência de forma pacifista. Foi daí que nasceu o prêmio Nobel.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A Química da ATRAÇÃO

Os instintos mais básicos dos seres vivos são o de procurar alimento, se defender e de reprodução. Esses instintos são desencadeados por reações químicas, sendo que nos animais superiores, elas ocorrem em regiões de processo de informação, como o cérebro. Nos neurônios, alguns hormônios são capazes de desencadear pontes para descargas elétricas, que são os neurotransmissores. Esses impulsos informativos fazem com que o corpo do ser vivo fique preparado para situações específicas que poderiam levar mais tempo para se preparar.

Dessa forma, estímulos externos, como sons, aromas, gostos, sensações táteis e imagens, acabam servindo de alertas para a secreção de hormônios na corrente sanguínea. Se o animal se encontra em uma situação de perigo, seus sentidos vão mandar um alerta para que seja liberada, por exemplo, a adrenalina. A adrenalina auxilia o tônus muscular, além de ajudar com que os pulmões possam ganhar um litro a mais de ar.

Mas, em específico, existem alguns hormônios que são secretados pela pele e que liberam odores que servem de sinalizadores para animais da mesma espécie. Essas substâncias são conhecidas como feromônios. A maioria dos animais liberam aromas e odores que podem servir de alerta para pertencentes ao seu grupo, demarcação de território ou como sinalizadores de fertilidade.

A pergunta que fica é: Os seres humanos também são animais, será que também temos feromônios para atrair o sexo oposto?

Diferente dos outros animais, o ser humano teve uma evolução diferente, uma vez que desenvolveu muito o cérebro, o que levou a uma diminuição efetividade de alguns sentidos, como o olfato e a audição. Pelo fato de o cérebro desenvolvido conseguir processar uma quantidade muito grande de informações e dessa forma, até mesmo, conseguir prever situações que vão acontecer, os sentidos humanos começaram a ficar menos desenvolvidos que o dos animais. E isso se dá pela diminuição da produção de células receptoras nos nossos sensores (olhos, nariz, ouvido, língua e pele). Em especial, o olfato praticamente desapareceu, quando comparado com o de outros animais. Com esse decréscimo da produção dessas células olfativas, torna-se muito complicado a percepção de feromônios.

Entretanto, desde a década de 1970, os cientistas buscam descobrir se realmente os aromas liberados pela pele humana tem alguma função atrativa. Foi descoberto que, devido a presença de testosterona em grandes quantidades no corpo masculino, os homens possuem um aroma natural mais almiscarado, enquanto que as mulheres, devido a presença de estradiol, possuem um aroma de pele mais adocicado. A androstadienona, um fragmento da testosterona seria o feromônio masculino, enquanto que o estratetraenol seria o feromônio feminino.

Muito provavelmente, hominídeos anteriores ao homo sapiens, que não tinham um cérebro ainda tão desenvolvido, possuíam mais pelos pelo corpo, e não precisavam de roupas. Não precisando de roupas, o a pele dos mesmos ficava mais exposta o que facilitaria a liberação de aromas. Ou seja, quando se ganha em massa encefálica, se perde alguma proteção específica do corpo.

Entretanto, mesmo que os feromônios não sejam mais tão funcionais nos seres humanos, ainda assim, existem hormônios que se relacionam com a atração. Devido a características sociais, o ser humano é muitas vezes atraído mais por aspectos físicos de um bom(a) reprodutor(a), aspectos de dominância ou de provedor de segurança.

Quando uma pessoa é reconhecida pela outra como um(a) bom(a) parceiro(a), ocorre a liberação de uma série de hormônios, como a beta-feniletilamina, a dopamina, a serotonina, adrenalina e a noradrenalina. Todos hormônios relacionados com luta pela sobrevivência, relaxamento e sentimento de recompensa. Ou seja, são os hormônios que levam ao que se entende como paixão.

A oxitocina é conhecida como hormônio do carinho e, quando liberada junto da adrenalina, auxilia na sensação de prazer durante a cópula nos animais, assim como no ser humano. Essa sensação de prazer liberada no cérebro, leva a vontade de tentar procriar mais e mais vezes, o que evita a possibilidade de extinção de uma espécie.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

O continente de plástico!

Os polímeros são os alguns dos materiais mais produzidos anualmente, e muito desses polímeros são sintéticos, ou seja, não existem na natureza. Se esses compostos não existem na natureza, eles não são facilmente reconhecidos por decompositores, mantendo assim, esses materiais intactos por vários e vários anos. 

Dentre os polímeros mais comuns estão os plásticos e, infelizmente, eles não degradam facilmente, sendo que, acredita-se que os mesmos duram uns 400 anos. Mas na realidade esse número não é uma certeza, pois o primeiro plástico gerado, em teoria ainda deve existir, uma vez que esses materiais surgiram no ano de 1862.

Com esse material durando tanto tempo, o mesmo acaba se acumulando e indo parar no mar. As águas oceânicas são os lugares onde a grande maioria dos descartes vão parar e, como o plástico não afunda facilmente, ele flutua nas correntes marítimas e entra em vórtices, criando regiões de emaranhamento de plástico. As chamadas ilhas de plásticos. 

Algumas dessas ilhas, que se encontram principalmente no pacífico norte e no pacífico sul, são tão grandes, que já ultrapassam o tamanho do Texas e da França. 

Como consequência desses continentes de plástico, há impactos ambientais, não somente com o fato de ser sujeira, mas por promover doenças e intoxicar a fauna marinha. Além disso, o ser humano também prejudica a sua saúde de duas formas: Consumindo frutos do mar contaminados com plástico e consumir plástico de embalagem de alimentos. 

A ingestão de plástico, principalmente em alimentos quentes, promove a liberação de uma substância orgânica conhecida como Bisfenol, que é responsável por causar doenças muito sérias. 

A única forma de diminuir esses problemas causados pelo excesso de plástico é com o consumo de materiais biodegradáveis e materiais recicláveis. Os quais não entram no processo mais problemático de acúmulo de lixo sintético em meio à natureza. Os impactos ainda existem, mas são bem menos brutais como os que vem acontecendo desde a popularização do plástico.