terça-feira, 13 de setembro de 2022

Mais rápido do que a LUZ?

Existe algo mais rápido do que a luz?
E a resposta é: DEPENDE!

Depende do meio em que a luz se propaga. 
Nada é mais rápido que a luz no vácuo, essa é uma certeza que a natureza nos garante, ou seja, é uma limitação que estamos sujeitos, contudo, dentro de alguns fluidos e materiais, a luz pode passar por certas barreiras físicas, as quais acabam por promover a refração da mesma, o que diminui sua velocidade. 

Partículas que podemos dizer, “nativas” de um meio, e que não sofrem desaceleração com a refração, acabam que, naquele meio específico, são mais rápidas que a onda eletromagnética da luz. Em outras palavras, a luz fica mais lenta, com uma velocidade inferior a 300 mil Km/s. A partícula que alcança uma velocidade maior que a luz naquele meio, não está ultrapassando os 300 mil Km/s, mas sim, ultrapassando a velocidade da luz naquele meio. Sendo assim, não ocorre uma violação das leis naturais, com algo sendo mais rápido do que a luz, mas sim, uma “frenagem” da luz. 


Nesse processo, existe a liberação de uma luminescência azulada, a qual recebe o nome de radiação de Cherenkov. No caso, não é luz propriamente dita, mas sim uma radiação liberada por partículas. Esse efeito ocorre nos reatores nucleares, que ao serem ligados na água começam a gerar o bombardeamento de partículas. Muitas dessas partículas são arremessadas violentamente, sendo mais rápidas que a luz na água. A percepção disso é a luminescência residual azulada, que é mais rápida que um feixe de luz cruzando a água. 

É como se duas lanternas fossem acesas em direção a um tanque de vidro com água. Uma lanterna normal e uma lanterna radioativa. A ideia é que a luz das mesmas cruze a água. A luz da lanterna normal cruza o ar e alcança a água a uma velocidade espantosa, mas o feixe de luz ao cruzar a água sofre refração e, dessa forma a sua velocidade diminui. Enquanto isso, mesmo sendo bem mais lento no ar, em relação ao feixe de luz normal, a luz azulada da lanterna radioativa cruzaria o tanque e a água com muita pouca refração, e acenderia primeiro do outro lado do tanque de vidro. 

domingo, 4 de setembro de 2022

NH3 - A molécula com nome de um DEUS

No Egito antigo houve um momento em que o norte e o sul se unificaram para a adoração de um deus muito poderoso, conhecido como Amon-Rá. Esse deus representava a real unificação dos dois reinos do Egito na figura do Alto Egito (Amon) e do Baixo Egito (Rá). O templo desse deus ficava no Alto Egito, ou seja, onde nascia o rio Nilo, o que forçava muitas pessoas da região costeira marítima fazerem peregrinações até o Sul da região para as festas do deus Amon-Rá. 

Para fazer tal percurso essas pessoas precisavam de meios de locomoção, como por exemplo os dromedários. Obviamente, após dias de viagem esses animais necessitavam descansar, dessa forma, ao redor de Luxor (onde ficava o templo de Amon), haviam locais específicos para eles. As montarias, como qualquer animal cansado, comiam e defecavam no lugar, o que promovia o acumulo de um material muito interessante, um sal com cristais cúbicos. Esse sal possui um cheiro muito forte, devido a sua decomposição e liberação do gás NH3, o qual é bastante irritante. 


Conforme a dinâmica social alterou o Egito, a religião antiga foi esquecida e, literalmente, soterrada pelas areias do tempo. Graças aos arqueólogos, a história começou a ser recontada no século XIX através de escavações e pesquisas. Durante essas escavações, os pesquisadores acabaram cavando em regiões em que estavam os templos de Amon-Rá, e devido ao grande acúmulo do sal mencionado, uma grande quantidade de NH3 era exalada, pois havia bastante material de origem animal enterrado. Isso promoveu a crença de que aqueles eram os odores do deus Amon. Em outras palavras, eram odores amoníacos ou amoniacais. 

Logo, descobriu-se o sal, que era o NH4Cl, ou seja, o cloreto de amônio, e quando decomposto produzia o gás tão irritante, a AMÔNIA (NH3).