quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A Química da ATRAÇÃO

Os instintos mais básicos dos seres vivos são o de procurar alimento, se defender e de reprodução. Esses instintos são desencadeados por reações químicas, sendo que nos animais superiores, elas ocorrem em regiões de processo de informação, como o cérebro. Nos neurônios, alguns hormônios são capazes de desencadear pontes para descargas elétricas, que são os neurotransmissores. Esses impulsos informativos fazem com que o corpo do ser vivo fique preparado para situações específicas que poderiam levar mais tempo para se preparar.

Dessa forma, estímulos externos, como sons, aromas, gostos, sensações táteis e imagens, acabam servindo de alertas para a secreção de hormônios na corrente sanguínea. Se o animal se encontra em uma situação de perigo, seus sentidos vão mandar um alerta para que seja liberada, por exemplo, a adrenalina. A adrenalina auxilia o tônus muscular, além de ajudar com que os pulmões possam ganhar um litro a mais de ar.

Mas, em específico, existem alguns hormônios que são secretados pela pele e que liberam odores que servem de sinalizadores para animais da mesma espécie. Essas substâncias são conhecidas como feromônios. A maioria dos animais liberam aromas e odores que podem servir de alerta para pertencentes ao seu grupo, demarcação de território ou como sinalizadores de fertilidade.

A pergunta que fica é: Os seres humanos também são animais, será que também temos feromônios para atrair o sexo oposto?

Diferente dos outros animais, o ser humano teve uma evolução diferente, uma vez que desenvolveu muito o cérebro, o que levou a uma diminuição efetividade de alguns sentidos, como o olfato e a audição. Pelo fato de o cérebro desenvolvido conseguir processar uma quantidade muito grande de informações e dessa forma, até mesmo, conseguir prever situações que vão acontecer, os sentidos humanos começaram a ficar menos desenvolvidos que o dos animais. E isso se dá pela diminuição da produção de células receptoras nos nossos sensores (olhos, nariz, ouvido, língua e pele). Em especial, o olfato praticamente desapareceu, quando comparado com o de outros animais. Com esse decréscimo da produção dessas células olfativas, torna-se muito complicado a percepção de feromônios.

Entretanto, desde a década de 1970, os cientistas buscam descobrir se realmente os aromas liberados pela pele humana tem alguma função atrativa. Foi descoberto que, devido a presença de testosterona em grandes quantidades no corpo masculino, os homens possuem um aroma natural mais almiscarado, enquanto que as mulheres, devido a presença de estradiol, possuem um aroma de pele mais adocicado. A androstadienona, um fragmento da testosterona seria o feromônio masculino, enquanto que o estratetraenol seria o feromônio feminino.

Muito provavelmente, hominídeos anteriores ao homo sapiens, que não tinham um cérebro ainda tão desenvolvido, possuíam mais pelos pelo corpo, e não precisavam de roupas. Não precisando de roupas, o a pele dos mesmos ficava mais exposta o que facilitaria a liberação de aromas. Ou seja, quando se ganha em massa encefálica, se perde alguma proteção específica do corpo.

Entretanto, mesmo que os feromônios não sejam mais tão funcionais nos seres humanos, ainda assim, existem hormônios que se relacionam com a atração. Devido a características sociais, o ser humano é muitas vezes atraído mais por aspectos físicos de um bom(a) reprodutor(a), aspectos de dominância ou de provedor de segurança.

Quando uma pessoa é reconhecida pela outra como um(a) bom(a) parceiro(a), ocorre a liberação de uma série de hormônios, como a beta-feniletilamina, a dopamina, a serotonina, adrenalina e a noradrenalina. Todos hormônios relacionados com luta pela sobrevivência, relaxamento e sentimento de recompensa. Ou seja, são os hormônios que levam ao que se entende como paixão.

A oxitocina é conhecida como hormônio do carinho e, quando liberada junto da adrenalina, auxilia na sensação de prazer durante a cópula nos animais, assim como no ser humano. Essa sensação de prazer liberada no cérebro, leva a vontade de tentar procriar mais e mais vezes, o que evita a possibilidade de extinção de uma espécie.

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