segunda-feira, 1 de julho de 2019

Dois dedos de epistemologia - Uma conversa muito rápida mesmo!

É bastante interessante como o pensamento humano vai se alterando com tempo. Bem antes de Immanuel Kant, já se acreditava nas ideias de se acessar as informações de um observável, mesmo não se revelando em sua totalidade, fato esse que Kant criticava dentro de seu positivismo. Segundo ele enquanto o homem pensava ele se adequava aos animais, mas quando agia se adequava aos anjos. Kant sob o exemplo de um cavalo dizia que não haveria forma de acessar sua totalidade se o mesmo estivesse de costas para você, uma vez que todos os lados e facetas do animal não se mostravam em sua totalidade, logo, o homem jamais poderia compreender a realidade. Para Kant ainda existia uma necessidade de espaço, sendo uma crítica a Tomás de Aquino que dizia que existiam extensões de corpos dentro do que tange o real. Logo, para acessar uma totalidade, haveria uma necessidade implícita de se determinar a realidade dentro de um espaço. Dessa forma, para compreender o mundo, existe a dependência de um "a priori".

          Figura 1 - Immanuel Kant

Segundo Kant também temos os fenômenos e os nômenos. Os fenômenos se caracterizam com o acesso a uma realidade proveniente do ato de inteligir, em outras palavras a realidade distorcida. E isso se dava, segundo Kant, pois o inteligir não garante o contato com uma realidade verdadeira, uma vez que não existe garantia de sua efetividade. Assim, quando o homem age, ele se coloca em contato com o mundo real e dessa forma com os nômenos, que se caracterizavam como a realidade tal qual ela é.

É uma discussão interessante, mas que por um bom tempo matou a metafísica. O grande problema é que a metafísica garante a possibilidade de pensarmos e projetar observáveis fora da realidade, assim como Mendeleev fez com a tabela periódica. Se não fosse a capacidade de prever as facetas externas da realidade, jamais seria possível de se determinar elementos que ainda não tinham sido descobertos.

Figura 2 - Dmitri Mendeleev

Logo, podemos dizer que Kant foi responsável por atrasar um longo período da Ciência, levando a concretização do positivismo de Auguste Comte, o qual dizia que a única verdade era a que provinha da Ciência e do processo metodológico da mesma. A religião seria charlatanismo assim e tudo o que não pudesse ser explicado via o empirismo jamais poderia ser real. Comte ainda tentou criar a física social, uma vez que a física explicaria tudo e refutaria a metafísica. Essa "física social" se tornou a sociologia.

Figura 3 - Auguste Comte

O positivismo começou o seu declínio no início do século XX, sendo totalmente sepultado na década de 1960, por filósofos como Gaston Bachelard e Thomas Kuhn.

Figura 4 - Gaston Bachelard
Figura 5 – Thomas Kuhn

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