quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Como escolher um curso sem se frustrar?

Estou fazendo um ciclo de "dicas" para quem está pensando em prestar um vestibular, ou que acabou de entrar na faculdade. Nesses três primeiros vídeos, eu abordei um pouco sobre minha trajetória até entrar na faculdade, como fazer provas de vestibular e, agora, estou explicando bem sucintamente como escolher um curso para fazer o vestibular.

Na realidade, não estou explicando o curso que cada um deve prestar, mas sim, mostrando que antes de escolher um determinado curso, você deve definir a área do conhecimento que você tem aptidão.

As áreas do conhecimento existem pois, são frentes compreensíveis para as pessoas, entretanto, cada um possui um gosto diferente. Por exemplo, quem gosta de engenharia, tem que estar disposto a fazer cálculos, ou seja, essa pessoa tem aptidão para ciências exatas.

Existem, resumidamente, três grandes áreas do conhecimento:

Exatas, Biológicas e Humanas.

Dentro de cada uma dessas áreas, existe uma infinidade de ramos que fazem com que as mesmas acabem se ligando. Em algumas provas, existe a área de tecnologias, entretanto, essa área nada mais é  do que a intersecção de, ao menos, duas das áreas mais abrangentes.



Conhecer a área que você tem mais aptidão, torna o processo de escolha de um curso algo mais simples e certeiro, evitando possíveis frustrações no futuro. Dessa forma, elenco dois passos, ou "dicas", para que um candidato a vestibular tome, a fim de escolher melhor o que almeja no vestibular.

O primeiro passo, ou mesmo dica, já está explicitado, e é a definição da área do conhecimento a qual se tem tem mais aptidão. Já o segundo passo se baseia em entrar em contato com a área do conhecimento escolhida e, vasculhar dentro desse universo, quais cursos se enquadram. Quando se faz essa pesquisa, é muito interessante buscar a ementa curricular dos cursos, ou seja, quais são as matérias que compõem a grade de cada um. Assim, você consegue compreender se realmente um curso fará sentido para você. 

Atualmente existem algumas formas para se fazer essa pesquisa, uma delas é entrar no site das faculdades e procurar se não existe a ementa curricular dos cursos abertas ao público. Outra forma é entrar em contato com a secretaria da universidade que oferece o curso, explicar que irá prestar vestibular e perguntar se não existe a possibilidade de lhe informarem sobre a ementa curricular. A ultima forma e, talvez a mais simples, é pedir para uma pessoa que faz o curso lhe passar essa informação. Muitas vezes, alunos e até mesmo professores estão dispostos a fazer isso pelos futuros alunos e, também existem grupos organizados pelas próprias universidades, a fim de explicar informações sobre cursos.

4 comentários:

  1. Sou apaixonado por química, em breve começarei a licenciatura, mas fico um pouco receoso com a remuneração (Brasil, né?!), também tenho a opção de trocar o curso para engenharia ambiental, oq eu faço? podem me ajudar???

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    1. Olá Gleybson Rodrigues. Tudo Bem?

      Vou dividir a resposta em duas partes.

      1) Vamos começar pela ENGENHARIA.
      O curso de engenharia se inicia com muita gente e, as aulas, em geral são bem cheias, pois o começo do curso é semelhante com outras engenharias. No caso, a engenharia ambiental é uma ramificação da engenharia civil, e bem provavelmente você vai fazer matérias básicas , junto com o curso de engenharia civil. O que isso quer dizer? Salas muito lotadas acabam que os professores são mais impessoais e acabam não dando muita atenção, em geral você tem que aprender as coisas sozinho. O lado bom é que você tem chance de conhecer mais pessoas.

      Semestre passado fiz uma matéria com engenheiros e nas aulas, uma das coisas que era muito frisada é o fato de que, muitos fazem engenharia, mas não se tornam líderes. Pense só, o cara escolhe fazer engenharia pois quer trabalhar sem ter que se expor muito e falar em público, entretanto, o engenheiro carece muito de aprender a falar em público, pois vai ter uma função de liderança (engenheiro = gerência de projetos) e de trabalhar em grupo.

      Falando um pouco sobre a engenharia ambiental. Esse é um curso recente, ele é bem interessante e promissor. Conheço uma pessoa que largou economia para fazer ambiental, fez dois anos dessa engenharia e, acabou largando, pois percebeu que não era bem a engenharia que haviam vendido para ele. Tente descobrir se o curso da faculdade que você vai fazer, na real, não é um curso de Engenharia Sanitária. Veja bem, esse meu conhecido, fez os dois anos de matérias básicas, mas quando entrou uma matéria específica, a qual eles tinham que ir em uma estação de compostagem de esgoto (material fecal principalmente) e, coletar amostras para fazer análise, ele largou o curso na hora, pois não era isso que ele queria fazer. Essa pessoa estava estudando na USP aqui de São Carlos, então, esse curso de engenharia deve ser um dos modelos do Brasil.

      Se você tivesse outra escolha na engenharia e, já que diz ser apaixonado por química, eu te indicaria engenharia de materiais. Em engenharia de materiais tem muita química e uma possibilidade muito grande de emprego, já que mais no fim do curso você escolhe qual caminho vai seguir, se é para cerâmica, polímeros ou metais. Em geral a pessoa que tem formação nesse curso tem grande absorção do mercado. A engenharia ambiental também tem química, no estudo de processos oxidativos avançados (POA). Mas tem algo muito IMPORTANTE (vou até deixar em destaque para você), EM GERAL, O MERCADO NÃO PRECISA ABSORVER MUITOS ENGENHEIROS AMBIENTAIS. O profissional desse ramo da engenharia é muito utilizado em projetos governamentais, municipais ou para consultorias. Isso ocorre, pois na maioria das vezes existe a necessidade de se contratar somente UM engenheiro ambiental para cumprir a função.

      Durante os cursos de engenharia, existem diversas oportunidades de estágio e vagas de emprego na indústria. A remuneração em geral é razoável. O grande problema que meus amigos engenheiros me explicam é que, devido o curso ser de período integral (faculdade pública), não sobra espaço para assumir muitas responsabilidades. Na maioria das vezes você se enquadra dentro de projetos da própria faculdade, onde os professores possuem alguma empresa e, sabem como é o cotidiano de um estudante, ou quando se tem as famosas "Empresa Júnior" dentro da engenharia (isso é bem legal por sinal!).

      Resumindo, muitas pessoas acreditam que se fizerem um curso de engenharia, a vida será mais simples, entretanto, isso somente ocorria quando eram poucas as universidades que formavam engenheiros. Atualmente, os cursos de engenharia são os mais comuns de serem encontrados em universidades pequenas, pois são caros e vendem essa ilusão de haver uma grande absorção do mercado de trabalho.

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    2. 2) LICENCIATURA EM QUÍMICA:
      As pessoas possuem uma visão errada da licenciatura. Tanto, física, matemática, quanto química, são licenciaturas que são equivalentes ao bacharelado, ou seja, o diploma do licenciado quanto do bacharel são diplomas básicos na área de ciências exatas. Eu tenho licenciatura em química, entretanto, minha formação nada impediu que eu fizesse um mestrado num ramo da química aplicada, no caso a quântica.

      A remuneração de um professor é baixa, mas a de um engenheiro também é, entretanto, um licenciado tem uma vantagem em relação aos demais cursos, que é o fato de ser uma formação bastante eclética. Se esse profissional é químico, então, ele pode ser aproveitado por indústrias, fazer concursos que exigem formação de químico, mas tem o grande diferencial que pode dar aulas. É bem difícil você encontrar um licenciado em química desempregado (então se o caráter for financeiro, é melhor pensar nisso, pois as vezes compensa ganhar pouco, mas ganhar algo, do que esperar um valor alto e não encontrar quem pague).

      Não sei se você vai fazer faculdade particular ou pública, mas na pública a maioria dos cursos de licenciatura possuem matérias noturnas, o que possibilita trabalhar em laboratórios durante o dia, fato esse que é um grande diferencial na formação profissional. Minha graduação inteira eu recebi bolsa de incentivo à pesquisa, ou seja, fazia faculdade sem pagar nada e ainda recebia bolsas de projetos. É muito comum durante o curso de licenciatura aparecerem oportunidades para você dar aulas em cursinhos, escolas particulares, concursos para assumir vaga em escolas públicas e até mesmo vagas de estágio na indústria, ou seja, você acaba tendo muitas chances de emprego durante sua graduação. Note que falei DURANTE e não DEPOIS, ou seja, a licenciatura é um ambiente bastante semelhante à engenharia, pois necessita de pessoas ecléticas e que saibam se comunicar.

      O maior problema na licenciatura é o preconceito das pessoas, eu até contei minha história em um vídeo que postei umas semanas atrás aqui no blog (se quiser ver, procure por "Como não ficar frustrado com vestibulares"), onde um professor da USP dizia que eu tinha feito a pior escolha da minha vida indo fazer licenciatura (ele se enganou brutalmente). Muita gente pensa que a licenciatura só forma professores, mas na real, a licenciatura forma QUÍMICOS! e com o diferencial de saberem falar em público e conseguirem expor bem suas ideias. Eu tenho uma amiga que foi contratada para ser representante de vendas de uma empresa química, devido a capacidade que ela ganhou em se expressar de forma química. Hoje ela tem um SALÁRIO MUITO BOM, superior ao de engenheiros.

      Tentei ser imparcial, mas acho que não fui. Isso ocorreu porque as pessoas já sabem o lado bom da engenharia, mas não sabem o lado bom da licenciatura, então, acabei enfatizando um pouco mais isso. A dica que deixo para você é a seguinte. Olhe para o mercado de trabalho e trace um histórico futuro. Olhando para sua região, quem pode ser mais absorvido pelo mercado de trabalho, um engenheiro ou um professor. Dê uma olhada na quantidade de concursos que surgem para professores e para engenheiros. Quantas indústrias podem te contratar e quantas escolas têm para você dar aulas. Na engenharia você pode abrir um negócio próprio, como consultorias, entretanto o gasto é alto e você vai ter que viajar muito. Na licenciatura você pode escolher montar aulas particulares (dependendo da situação você também viaja muito). O caráter financeiro vai depender mais de VOCÊ do que do curso que você fizer. Em outras palavras, seja na engenharia, seja na licenciatura VOCÊ VAI TER QUE SER O MELHOR PROFISSIONAL POSSÍVEL. Não adianta ter um diploma de um baita curso se você não for um bom profissional. O dinheiro não entra de forma alguma. Assim, faça o que você gosta, pois você será um melhor profissional fazendo algo que você se sinta mais à vontade do que fazendo algo que você imagina garantir melhor remuneração.

      Espero ter te dado alguma luz, se precisar pode mandar mais perguntas!

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  2. Sou apaixonado por química, em breve começarei a licenciatura, mas fico um pouco receoso com a remuneração (Brasil, né?!), também tenho a opção de trocar o curso para engenharia ambiental, oq eu faço? podem me ajudar???

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